Os 4 maiores desafios da indústria de café brasileira
O café é item essencial na mesa de todo brasileiro. Não é à toa que a primeira refeição do dia por aqui se chame “café da manhã”, com o famoso cafezinho para começar o dia. Historicamente, o Brasil foi um grande produtor do grão, o começo de uma tradição da indústria de café.
No início do século XX, a expressão “barões do café” foi cunhada, designando os grandes produtores da indústria do café que dominavam regiões inteiras, especialmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Atualmente, os barões do café não existem mais, no entanto, a indústria do café continua sendo um dos grandes impulsionadores da economia brasileira.
Contudo, mesmo após anos de hegemonia, ainda há obstáculos a serem superados. A indústria de café possui seus próprios desafios, especialmente no que fiz respeito à logística e distribuição do produto.
Pensando nisso, no artigo de hoje faremos uma análise do desenvolvimento da indústria de café até aqui e os grandes desafios que ainda precisam ser superados! Acompanhe:
A indústria de café brasileira: a rota do café
O solo e o clima brasileiros possuem as características certas para produção do café, o que permitiu que a indústria se expandisse desde o cultivo da primeira muda no estado do Pará por volta de 1727.
De lá para cá, a produção de café brasileira cresceu, se tornando hoje a maior do mundo. Em Minas Gerais, estado onde se concentra mais da metade da produção nacional, o café arábico produzido é considerado de alta qualidade, sendo exportado para países da Europa, Ásia e Estados Unidos.
Para manter a alta qualidade do produto, no entanto, as indústrias e empresas distribuidoras precisam dispor de infraestrutura que as permitam se manterem competitivas no mercado interno e externo.
Isso inclui eliminar gargalos entre as etapas da rota do café, que são as seguintes:
- Fazenda: onde o café é plantado, colhido e enviado para armazenamento;
- Cooperativa dos produtores: faz o armazenamento antes que esse seja enviado para a indústria de café. É nessa etapa que o café é ensacado;
- Indústria de café: responsável pelo processo de torrefação, moagem e embalagem antes que o café vá para os supermercados;
- Varejo e atacado: da indústria de café, o produto vai para as prateleiras dos supermercados e atacados. O transporte é feito, em geral, por meio rodoviário.
Como é possível ver, a rota do café envolve diversas etapas e custos envolvidos no transporte, armazenamento e mão de obra necessária para que o produto saia das fazendas onde é produzido e chegue ao consumidor final mantendo sua qualidade.
No meio desse caminho, são diversos os obstáculos que precisam ser superados para maximizar os lucros da indústria de café. A seguir, apresentamos quais são eles.
Desafios da indústria de café: como superá-los?
Grande parte dos desafios da indústria de café está ligado à logística de distribuição. Por isso, antes de continuar, dê uma olhada no nosso vídeo abaixo, mostrando como a logística integrada pode reduzir custos:
1. Planejamento logístico
Há mais em apenas fazer o pedido do cliente sair de um ponto a outro quando se trata de entrega da logística de distribuição do café.
Flexibilidade é a chave para garantir que os pedidos cheguem ao local certo em tempo hábil, especialmente quando o tráfego aumenta inesperadamente. É em horas como essas que é preciso de mais do que um simples mapa.
Pense nas condições meteorológicas e no congestionamento do tráfego, nas capacidades dos veículos e nos cronogramas de entrega. Agora pense no tamanho da produção. A complexidade do planejamento de rotas para a indústria de café é de magnitude maior do que planejar uma rota individual em um veículo do ponto A ao ponto B.
Mas aproveitar os dados de mapeamento modernos e algoritmos é possível para facilitar o planejamento logístico. Isso é feito com um software de otimização de rota, que permite economizar tempo, dinheiro e esforço.
O software de planejamento de rota preenche as lacunas do planejamento logístico com precisão, graças a tecnologias avançadas. Os aplicativos de planejamento de rota tornam a entrega mais simples, eficiente e econômica.
Basicamente, o software faz a otimização da rota, encontrando o melhor caminho entre dois ou mais locais. Pode significar a distância mais curta, menos tráfego, menos pedágios ou vários outros fatores. Seja qual for, ela traz os seguintes benefícios à indústria de café:
- Economiza tempo. Usar um serviço confiável de mapeamento baseado em nuvem é simplesmente melhor do que ter o planejamento feito por uma pessoa. É mais rápido, leva em conta mais variáveis de forma mais completa e oferece mais opções, garantindo que a produção do café chegue em tempo hábil ao consumidor, mantendo sua qualidade;
- Reduz custos. A maior parte do custo total de uma operação de entrega é o custo do combustível e os salários do motorista. Quando os quilômetros dirigidos são reduzidos, é possível reduzir também o custo do combustível, o custo de manutenção do veículo e as horas trabalhadas do motorista. E como os motoristas passam menos tempo na estrada e dirigem em condições mais seguras, há menos acidentes;
- Aumenta as vendas e os lucros. Entregas rápidas e no prazo deixam os clientes mais satisfeitos. Por sua vez, clientes satisfeitos levam a mais pedidos. Se uma equipe está gastando menos tempo planejando rotas e lidando com problemas de clientes relacionados a erros de entrega, eles podem vender mais. Eles podem passar mais tempo cultivando relacionamentos existentes e conquistando novos clientes;
- Isso torna sua frota mais eficiente. Manter uma frota custa muito, incluindo, seguro, combustível, manutenção etc. Otimizando as rotas significa também otimizar os veículos que trafegam nelas. Eles acumulam menos km rodados, permitindo obter o máximo de cada caminhão.
Quer saber o passo a passo para reduzir o custo de manutenção da frota? Ouça MáximaCast #47!
2. Armazenamento
O armazenamento é outro ponto de atenção para a indústria de café. Para preservar a qualidade do grão que vem do campo, o café deve ser armazenado seguindo algumas regras, a maioria delas para evitar problemas como alta umidade. Essas medidas incluem:
- A utilização de telhas transparentes para melhorar a iluminação natural (mínimo 8% da área coberta);
- Piso impermeável, de concreto e que esteja no mínimo a 40 cm acima do solo;
- A construção, em cada porta, de marquises para carga e descarga do café em dias chuvosos;
- Projeção da área do piso em função dos estrados e das ruas principais e secundárias;
- A instalação de sistema de prevenção e combate a incêndios.
Além disso, quando o transporte é feito das cooperativas para a indústria, o ensacamento correto deve ser observado. Atualmente, é indicado o uso das chamadas big bags, sacos com capacidade para 1,5 toneladas.
Além da grande capacidade, as big bags reduzem a necessidade de mão de obra braçal e podem ser empilhadas em até 4 unidades, podendo ter esse número aumentado, caso haja uma estrutura adequada.
Os big bags podem, ainda, ser reutilizados e permitem a implantação de tags RFID para rastreamento dos sacos e controle das entregas.
Depois de industrializados e embalados, ainda há o cuidado com o armazenamento no estoque do PDV. Muitos fornecedores trabalham com a estratégia de cross-docking, que dispensa o armazenamento de longo prazo, reduzindo os custos e evitando possíveis perdas causadas por más condições de estoque.
3. Controle de PDV
Do lado do Ponto de Venda, existem duas questões principais que devem ser observadas: a ruptura de gôndola e o Shelf Life dos produtos.
As embalagens do café que sai da indústria são produzidas de forma a aumentar o Shel Life (prazo de validade) do mesmo. No entanto, é importante que haja um trabalho de trade marketing junto ao PDV para garantir que os produtos expostos estejam dentro dos padrões de qualidade.
Quanto à ruptura de gôndola, ela pode ter como causa diversos fatores, incluindo:
- Dados de estoque imprecisos: variações de remessa, produtos perdidos, devoluções ou mercadorias roubadas são ocorrências comuns que podem levar a dados de estoque imprecisos;
- Fraca previsão: falta de previsão de demanda devido à ausência de dados sobre giro de estoque, histórico de vendas, promoções, sazonalidade e clima econômico;
- Escassez de capital de giro: isso pode resultar de uma má gestão do fluxo de caixa por parte do varejista e, portanto, limitar os valores dos pedidos mensais;
- Variabilidade na demanda: um pico inesperado na demanda pode significar que, sem estoque de segurança, o varejista enfrentará escassez de produtos
- Monitoramento e processos ineficientes: fraco treinamento de funcionários sobre como monitorar os níveis de estoque e realizar a reposição, bem como processos ineficientes para estocar prateleiras e colocar pedidos de reposição.
As perdas associadas à ruptura de gôndola são substanciais e, como resultado, podem afetar negativamente as vendas da indústria de café, bem como a reputação da sua empresa e os esforços de planejamento futuro.
Ao mesmo tempo, manter o estoque em excesso no varejista podem resultar em taxas de armazenamento caras. Então, como permanecer posicionado com segurança entre os dois? Veja a seguir:
- Elimine a incerteza: a incerteza causada por previsões inadequadas e prazos longos de entrega são os principais contribuintes para a escassez de estoque, assim como a incerteza causada pelo rastreamento inadequado das quantidades de estoque e pedidos errados pode levar ao excesso de estoque;
- Ganhe melhor visibilidade: ter melhor visibilidade dos níveis de estoque significa que poder obter melhor controle e determinar quando o estoque precisa ser reabastecido ou quando o estoque de segurança está em abundância e precisa ser vendido;
- Invista na gestão de estoque: implemente um sistema de gerenciamento de estoque abrangente, como para obter melhor visibilidade. Esse sistema pode ajudar limitando o movimento do estoque e melhorando a precisão do registro, ajudando a reduzir os tempos de entrega, diminuindo a necessidade de estoque de segurança e garantindo que o estoque baixo seja reabastecido.
4. Controle de qualidade
O controle de qualidade também é outro grande desafio para a indústria de café. Afinal, a qualidade do café brasileiro é um dos principais pontos que o fazem ser escolhido pelo consumidor nacional e estrangeiro.
Além das dicas de armazenamento para evitar a umidade e garantir que o pó do café continue fresco, é essencial que haja no local práticas de controle de qualidade.
O controle de qualidade é a implementação de um conjunto predeterminado de processos e procedimentos que medem as métricas de Trade Marketing avaliando resultados específicos em relação a esses padrões. O processo de controle de qualidade é conduzido e monitorado ao longo do ciclo de negócios.
A prática do controle de qualidade é garantir que as métricas sejam atendidas, medindo os níveis e a qualidade da produção. O software de controle de estoque ajuda as empresas a identificar áreas problemáticas, garantindo que o controle de qualidade seja gerenciado em todas as fases, da origem ao ponto de venda.
Além disso, alguns pontos devem ser observados na exposição do café nas prateleiras O primeiro deles é que o café é uma substância que absorve odores. Por isso, no PDV, ele deve ser exposto longe de produtos com cheiro forte, como os itens de limpeza e sacolão.
A iluminação controlada nos corredores, a ventilação e o sistema de cobertura também são fatores importantes na conservação do café exposto.
Ter um sistema de controle de qualidade em funcionamento pode melhorar a satisfação do cliente, pois garante que você esteja entregando um café de qualidade superior. Isso, por sua vez, ajuda a construir a fidelidade à marca, pois os clientes têm a confiança de que você continuará a oferecer um desempenho confiável no futuro.
Conclusão
A indústria de café é uma das mais importantes para a economia brasileira. E, como tal, investir nas ferramentas corretas para otimizar os processos de escoamento do produto é fundamental.
Atualmente, a tecnologia permite controlar cada passo da rota do café, desde o momento que ele sai da lavoura até quando chega nas prateleiras do varejo.
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