Custo de entrega: como calcular e 5 dicas para reduzir
O custo de entrega tem um peso considerável nos custos logísticos dos atacados e distribuidores. Ele também impacta nos resultados de vendas, na competitividade do negócio e na satisfação do cliente.
Por isso, é fundamental controlá-lo com precisão. Apenas a partir desse monitoramento contínuo é que será possível buscar oportunidades para reduzi-lo sem afetar a qualidade e a agilidade das entregas.
É preciso fazer uma gestão inteligente que acompanhe o processo de ponta a ponta, desde quando o caminhão sai do centro de distribuição até o motorista efetuar a entrega no cliente e atrelar a isso indicadores e um plano de ação para gerar melhorias.
Quer descobrir como fazer isso? Então, continue aqui conosco. A seguir, confira um guia prático sobre como calcular o custo de entrega e como reduzi-lo em seu atacado distribuidor.
Como calcular o custo de entrega?
Diferentes segmentos de negócios podem utilizar diferentes fórmulas e abordagens para calcular o seu custo de entrega dentro do seu planejamento logístico. Mesmo em um mesmo segmento, é comum haver variação, considerando a realidade de cada negócio para definir a melhor estratégia.
No entanto, há algumas formas de cálculo do custo de entrega mais utilizadas entre os atacados distribuidores. Entre elas, temos:
Custo de entrega por quilômetro
Este tipo de cálculo costuma gerar dúvidas ou pode facilmente ser realizado de modo equivocado. Afinal, o valor do combustível é a sua base, e esse custo é variável e tende a oscilar bastante.
Assim, uma maneira de fazer o cálculo é determinando o preço conforme a capacidade do tanque de combustível, levando em conta a distância e o tempo médio da entrega.
Vamos a um exemplo: sendo possível percorrer uma distância de 50 km com 20 litros de combustível, chega-se à média de 2,5 km/L.
Neste caso, divide-se o valor do litro do combustível (para o exemplo, digamos que seja R$ 5,00) pela média (2,5 km/L). Com isso, tem-se o valor por quilômetro rodado. No exemplo, seria de R$ 2,00.
→ Confira, no vídeo, como economizar combustível na sua frota:
Custo por unidade entregue
Embora essa não seja a alternativa mais utilizada, ela pode fazer sentido para a estratégia de algumas empresas e para campanhas de vendas mais específicas. Seu funcionamento e cálculo são bastante simples:
Custo por unidade entregue = valor por item x total de unidades a serem entregues.
Dessa forma, se a sua empresa determinou o valor de R$ 15,00 para cada item e o cliente fechou pedido para 4 desses produtos, o custo do frete será de R$ 60,00.
Custo por valor fixo adicional
Este cálculo é utilizado quando a empresa trabalha com preços de entrega diferentes conforme o produto vendido.
Normalmente, o custo é calculado da seguinte forma:
Custo por valor fixo adicional = valor de frete mais alto + 2x o valor de frete fixo.
Um exemplo: se o cliente comprou três itens, um com R$ 20,00 de frete, outro com R$ 15,00 e o terceiro por R$ 10,00, o custo de entrega ficaria R$ 20,00 (valor do maior frete entre os produtos escolhidos) + 2 x 10,00 (no exemplo, o valor do frete fixo da empresa é R$ 10,00).
Custo por peso
Aqui, o cálculo se baseia na relação entre o peso do produto e o espaço ocupado no transporte com a distância total percorrida para a entrega ao cliente.
Sendo assim, o cálculo inicia com a fórmula abaixo para chegar ao peso cúbico da mercadoria:
Peso cúbico = comprimento X largura(L) X altura.
A partir disso, é aplicado o fator de cubagem, que varia conforme a transportadora contratada e calculada a distância conforme tabela dos Correios ou da própria transportadora.
Cabe destacar que, se for um pedido com muitos itens, após o cálculo o cliente pode se deparar com um valor excessivamente alto. Por isso, é recomendado trabalhar com mais de uma opção de frete e de transportadora no atacado distribuidor.
Quais são os principais fatores que influenciam no custo total da operação?
Para determinar com ainda mais precisão o custo de entrega, você deve saber o que afeta as taxas de envio. Afinal, entregar uma pequena remessa em uma cidade vizinha possui um custo muito menor do que uma carga com 3 eixos para outro estado, não é mesmo?
Aqui estão os pontos mais importantes a serem observadas nessa análise:
- volume de vendas: número de vendas diárias, semanais, mensais e anuais;
- horário e taxas de retirada ou entrega: monitora o tempo necessário para preparar os pedidos para o envio. Você vai levar um dia ou dois? Talvez uma semana?
- custos de manuseio: os materiais utilizados para o seu transporte (como caixas, etiquetas, materiais de embalagem) e quanto isso custa;
- distância para o manuseio das mercadorias: os produtos ficam armazenados próximos ao local de onde saem os pedidos? Ou é preciso considerar os custos de deslocamento interno?
- velocidade de envio: quanto tempo a remessa levará para chegar ao seu destino? Você é capaz de entregar de acordo com o tempo estimado?
- peso médio da remessa: qual é o peso da embalagem? Você precisa cobrar um valor extra?
- rastreamento e seguro: você ou seu cliente podem acompanhar o progresso da remessa? Você pode monitorar o movimento dos pacotes? Existe um custo extra para o seguro na entrega?
→ Não conhecer esses fatores em profundidade pode gerar diversos problemas e custos extras em sua operação. Em nosso artigo, confira erros de logística do atacado distribuidor e como evitá-los
A nova tabela nacional para cálculo do frete
Com base nas exigências dos manifestantes durante a greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou a fixar uma tabela de frete, com preços mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes por eixo carregado.
A tabela tem caráter obrigatório para o mercado de fretes do país, e pode ser utilizada como base para analisar o custo de entrega da sua empresa. Ela é elaborada em conformidade com as especificidades das cargas, e está dividida em: carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel.
Usar a tabela é bem simples: você precisa saber somente o tipo de carga a ser carregada, a quantidade de eixos e a distância percorrida. Com base nisso, é possível consultar o valor mínimo a ser pago por quilômetro rodado.
Os valores da tabela foram atualizados pela ANTT em 11 de julho de 2024, por meio da Resolução Nº 6.046/2024, trazendo os coeficientes de referência para o cálculo do valor final do frete, considerando o número de eixos do veículo, sendo:
- deslocamento (R$/km);
- carga e descarga (R$).
Além da tabela, a ANTT também disponibiliza uma calculadora de frete, que simplifica a obtenção dos valores dos pisos mínimos de frete.
→ Para tornar o cálculo ainda mais fácil, utilize a nossa tabela de frete e analise seus custos, com dicas para diminuir seus custos logísticos
11 dicas para reduzir o custo de entrega
Depois de calcular e compreender o seu custo de entrega é hora de buscar caminhos para minimizá-lo sem afetar a qualidade e a agilidade do seu serviço logístico.
A seguir, conheça boas práticas para fazer isso em seu atacado distribuidor.
1. Monitore as entregas de forma online
O monitoramento de entregas possibilita ao gestor de logística saber em qual cliente o entregador está e o status das cargas: se já chegaram no cliente, se estão esperando o descarregamento ou se a entrega já foi concluída.
Dessa forma, o gestor pode saber quanto tempo um motorista leva para ir do cliente A para o B, e até quantas horas ele levou para efetuar todas as entregas durante um dia de trabalho.
Isso com o objetivo de:
- traçar rotas otimizadas para que a frota fique menos tempo parada no trânsito e os motoristas demorem menos na estrada;
- economizar combustível;
- reduzir o gasto de pneus;
- diminuir o custo de entrega de forma geral.
→ No vídeo, conheça outras dicas para otimizar as entregas no seu atacado distribuidor:
2. Saiba quantas entregas tiveram devolução ou avaria
O gestor pode ser informado pelo motorista logo depois que ele realiza a entrega no cliente por meio de um aplicativo em seu smartphone.
Dessa forma, é possível analisar qual foi o motivo da avaria – se foi por a mercadoria ter sido mal embalada ou porque ficou mal posicionada no caminhão, por exemplo.
Além disso, esse monitoramento ajuda a ganhar tempo para planejar e solicitar uma nova entrega com a mercadoria correta e intacta.
→ Confira mais dicas no vídeo:
3. Documente eletronicamente suas entregas
Ao documentar as entregas de modo eletrônico, o risco de haver perda de informação ou confusão é reduzido. O motorista pode digitalizar uma nota fiscal tirando uma foto após ser assinada pelo cliente, por exemplo, evitando erros no processo de arquivar os dados.
No entanto, o procedimento de registro manual, além de ser mais demorado, é passível de esquecimentos e erros de digitação (como em valores e datas), gerando confusão no fechamento do financeiro.
Por esse motivo, é recomendado utilizar uma tecnologia especializada que permita ao motorista registrar de modo simples e em tempo real as entregas e ao gestor ter um controle preciso dessas atualizações.
→ Obtenha mais dicas no eBook Gestão de entregas: como reduzir seus custos por rota com tecnologia
4. Tenha atenção aos gastos operacionais
Como visto, existem diversos gastos operacionais que também influenciam sobre o valor total da operação – como a mão de obra dos funcionários responsáveis pelo envio dos pedidos, despesas com armazenamento e materiais auxiliares.
Portanto, é fundamental monitorar frequentemente esses custos para encontrar formas inteligentes de diminuí-los e, com isso, reduzir também o custo de entrega.
5. Utilize uma tecnologia específica para a gestão das entregas
Ao acompanhar em tempo real o status das mercadorias por meio de uma ferramenta de gestão de entrega, o gestor pode analisar as performances de cada motorista para, se houver necessidade, realizar treinamentos e promover um melhor aproveitamento do tempo.
Lembre-se: investir em ações que melhorem a gestão de tempo e custo de entrega da sua empresa é sempre um investimento para que o processo logístico seja mais eficiente, garantindo, também, a satisfação dos seus clientes!
6. Respeite e otimize a capacidade de carga
A capacidade de carga é um dos fatores que afetam o custo de entrega e a eficiência da logística da empresa.
Por isso, é indispensável conhecer a capacidade de cada veículo e respeitar a legislação. A chamada Lei da Balança, que foi instituída a partir da Resolução nº 210/2006 do Contran regulamenta questões como as medidas de capacidade veicular e o limite de peso autorizado para os veículos de carga no país.
Considerando essa diretriz, busque maneiras de otimizar a capacidade de carga por veículo e por viagem para ter benefícios como:
- aumentar a vida útil dos veículos, reduzindo os custos com renovação de frota e manutenção;
- evitar gastos e outros problemas com multas e penalidades pelo excesso de carga;
- reduzir o risco de avaria e as perdas associadas a ela.
Tudo isso ajudará na obtenção de um custo de entrega menor para o seu atacado distribuidor.
7. Negocie com fornecedores e transportadoras
Fornecedores e transportadoras são peças-chave para a eficiência da operação logística e para reduzir custos. Por isso, é importante nutrir um bom relacionamento com seus parceiros de negócio, garantindo que haja abertura para negociar condições e valores quando isso for preciso.
Isso também ajudará quando surgirem imprevistos e emergências, evitando gastos exorbitantes nessas situações que possam impactar no custo de entrega e na satisfação do cliente.
→ No vídeo, conheça outras formas de reduzir o custo de entrega:
8. Faça a manutenção preventiva de veículos
A manutenção preventiva é, também, crucial para minimizar os custos logísticos associados a reparos emergenciais e não planejados.
Ao adotar um calendário de manutenção priorizando os cuidados preventivos, você poderá economizar ao ter ganhos como:
- maior vida útil dos veículos;
- evitar gastos com falhas na frota durante as entregas e com acidentes;
- reduzir custos com consertos e reparos não orçados.
Com isso, será possível reduzir o custo de entrega e garantir o cumprimento dos prazos acordados, minimizando o risco de insatisfação e perda do cliente.
9. Treine continuamente os motoristas
Manter a equipe de motoristas capacitada é essencial para a eficiência na logística de entrega e para reduzir custos evitáveis decorrentes de falta de treinamento e de falha humana.
Por isso, preveja capacitações periódicas, incluindo de direção defensiva, otimização do uso do combustível, gestão do tempo e outras.
10. Faça a revisão de frete
É importante também agendar momentos em sua rotina para revisar contratos e os custos de frete. Afinal, seus custos fixos e variáveis podem mudar, podem surgir atualizações na legislação e nas demandas dos consumidores. Esses e outros fatores podem impactar no custo de entrega.
Sendo assim, é sempre benéfico fazer uma revisão de tabelas, contratos e valores para checar se está tudo correto e atualizado em relação às condições internas da empresa e externas praticadas no mercado.
11. Adote uma roteirização inteligente
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Se a etapa de transporte é uma das que mais impactam no custo logístico, a roteirização inteligente é um dos caminhos que mais contribuem para reduzi-lo.
Afinal, com essa abordagem, é possível:
- diminuir o tempo de transporte;
- reduzir gastos com combustível;
- utilizar as rotas mais eficientes para suas entregas;
- fazer mais entregas em menos tempo e com menos recursos.
E é possível obter ainda mais com uma solução especializada como o maxRoteirizador. Com ele, você poderá:
- roteirizar suas cargas de forma automática;
- definir facilmente a melhor e mais econômica rota para a entrega do pedido;
- reduzir o custo de entrega, com combustível e manutenção veicular;
- evitar a depreciação dos veículos e prolongar sua vida útil com o uso otimizado;
- elevar a eficiência no planejamento de entregas;
- respeitar o limite e otimizar a capacidade de carga dos veículos.
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Qual é a importância de buscar estratégias para a redução do custo de entrega?
Conforme um estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral, os custos logísticos consomem mais de 12% da receita das empresas no país. E, dentro desse percentual, 63,5% correspondem apenas à etapa de transporte.
Dados como esse demonstram como conhecer, monitorar e buscar maneiras de reduzir o custo logístico e o custo de entrega é algo de grande relevância.
Entretanto, a importância de desenvolver estratégias para reduzir o custo de entrega vai além da economia em si. Ele é vital para o atacado distribuir também por contribuir para:
- ter uma operação logística mais eficiente;
- não desperdiçar recursos;
- aumentar a competitividade da empresa;
- adotar preços mais atrativos para captar e fidelizar clientes;
- obter margens de lucro maiores.
Conclusão
A logística é, sem dúvidas, um fator crucial para o sucesso do atacado distribuidor, e gerenciar os recursos e custos associados a ela é vital para a saúde financeira e a eficiência desse tipo de operação.
Por isso, a redução do custo de entrega torna-se um desafio constante e natural das empresas. Mas ela também é uma oportunidade para elevar a competitividade e as margens de lucro do negócio.
Para isso, é necessário calcular custos de entrega com assertividade, determinando os modelos de cálculo e as alternativas de frente mais benéficas para a empresa e para os seus clientes.
Além disso, é preciso buscar continuamente estratégias para otimizar processos, tornando a operação mais eficiente sob um custo de entrega menor. Faz parte disso manter um acompanhamento em tempo real, documentar as entregas, ter atenção com os gastos operacionais, otimizar a capacidade de carga dos veículos e ter uma boa relação para negociar com fornecedores e parceiros.
Outro ponto importante é ter a tecnologia como aliada, sobretudo soluções feitas exclusivamente para as necessidades logísticas do atacado distribuidor, como o maxRoteirizador.
Para mais dicas de como calcular o custo de entrega e otimizá-lo, acesse a nossa planilha sobre tabela de frete: como calcular os valores mínimos.
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