Como avaliar a saúde financeira da sua distribuidora?
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A saúde financeira de um negócio refere-se à sua capacidade de se manter economicamente viável, ter operações sustentáveis e com possibilidade de crescimento. Este é um tema muito importante, afinal, sem as finanças em dia não é possível avançar.
Quando se trata de uma distribuidora, deve-se trabalhar com isso em mente, pois a concorrência é cada dia mais acirrada no setor. Ademais, com a macroeconomia instável, também as linhas de crédito são mais escassas, entre outros fatores que requerem equilíbrio financeiro.
Agora, como saber se uma empresa distribuidora tem uma boa saúde financeira? Quais são as formas de fazer essa avaliação?
É o que vamos te mostrar aqui, detalhando os seguintes pontos:
- os sinais de alerta de problemas na saúde financeira de uma distribuidora;
- as maneiras de fazer uma avaliação financeira em negócios de distribuição;
- os indicadores mais importantes durante uma avaliação financeira em distribuidora;
- e muito mais.
Acompanhe!
7 sinais de alerta de problemas financeiros na distribuidora
Vamos começar pelos sinais de alerta que evidenciam problemas financeiros, ou a iminência deles, em uma distribuidora. Confira, a seguir, quais são eles!
1. Queda nas margens de lucro
Um dos primeiros indicativos de problemas financeiros é a queda nas margens de lucro. Ela reflete uma dificuldade em manter a rentabilidade, seja por aumento de custos ou queda nas vendas.
2. Aumento no endividamento de curto prazo
Além disso, o aumento no endividamento de curto prazo indica que a empresa está recorrendo a financiamentos emergenciais, o que pode comprometer sua capacidade de honrar dívidas no futuro.
3. Diminuição da liquidez
A diminuição da liquidez é outro ponto crítico, já que demonstra dificuldade em transformar ativos em caixa rapidamente. Ela é um sinal de alerta bem evidente, pois acaba, quando se apresenta, acaba comprometendo a solvência do negócio.
4. Atraso no pagamento a fornecedores
Também o atraso no pagamento a fornecedores é um resultado de problemas na saúde financeira da distribuidora.
Neste cenário, ficam comprometidos os relacionamentos com quem fornece produtos e/ou insumos, além de serviços que são essenciais para o funcionamento operacional e estratégico.
5. Redução dos estoques de segurança
Outro sinal preocupante de que há problemas financeiros é a queda nos estoques de segurança. Ela costuma indicar falta de capital para reposição e, imediatamente, passa a afetar a capacidade da companhia distribuidora de atender à demanda.
6. Aumento no prazo médio de recebimento
Da mesma forma, o aumento no prazo médio de recebimento demonstra dificuldade em cobrar clientes, gerando problemas de fluxo de caixa. Ele também sinaliza que, muito em breve, os clientes que atrasam poderão incorrer na total inadimplência, deixando o negócio sem ou com pouco capital de giro.
7. Dificuldade em cumprir compromissos fiscais
Por fim, a dificuldade em cumprir compromissos fiscais é talvez o mais claro sinal de que a saúde financeira está em risco.
Ela costuma ser um dos momentos mais críticos, uma vez que o não pagamento de impostos, por exemplo, pode inviabilizar o funcionamento do negócio.
Muitas vezes, esse resultado indica falta de liquidez e problemas na gestão financeira, além de todos os outros pontos críticos citados até aqui.
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Como realizar uma análise financeira detalhada?
Uma análise financeira detalhada é fundamental para avaliar a saúde financeira e o desempenho de uma empresa. Isso porque, a partir dela, é possível tomar decisões estratégicas bem informadas, contextualizadas.
Com isso em mente, confira, a seguir, um passo a passo para conduzir uma análise completa, incluindo pontos como a demonstração de resultados (DRE), balanço patrimonial e o fluxo de caixa projetado.
Verifique a Demonstração de Resultados (DRE)
A análise da Demonstração de Resultados (DRE) é o ponto de partida na análise da saúde financeira, pois mostra o desempenho operacional da distribuidora ao longo de um período. Ela resume as receitas, custos e despesas, resultando no lucro ou prejuízo líquido.
Para realizá-la, deve-se olhar para parâmetros como:
- Receitas. Avalie o crescimento das receitas em relação aos períodos anteriores. Isso ajuda a entender se a empresa está aumentando suas vendas ou se enfrenta dificuldades.
- Custo das mercadorias vendidas (CMV). Compare o CMV com as receitas revela a eficiência da produção ou da prestação de serviços.
- Despesas operacionais. Acompanhe as despesas gerais e administrativas ajuda a identificar áreas onde os custos podem estar fora de controle.
- Lucro operacional. Verifique o resultado das operações principais da empresa, pois ele indica o quão lucrativa é a operação central.
- Lucro líquido. Conheça este indicador, pois ele reflete a lucratividade após a dedução de todas as despesas, incluindo impostos e juros.
Observe o balanço patrimonial
Também o balanço patrimonial precisa entrar na análise da saúde financeira. Ele fornece uma visão da situação econômica da companhia em um momento específico, detalhando ativos, passivos e patrimônio líquido.
Geralmente, uma boa análise do balanço patrimonial revela o grau de endividamento, a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações e a eficiência com que ela usa seus recursos.
Deve-se incluir nesta análise a avaliação de:
- Ativos circulantes: recursos que podem ser convertidos em caixa dentro de um ano, como contas a receber e estoques. Um aumento excessivo nos estoques costuma sinalizar dificuldades de venda, enquanto uma redução nas contas a receber normalmente indica dificuldades de liquidez.
- Ativos não circulantes: imobilizados e outros ativos de longo prazo. É importante verificar se a distribuidora está investindo de maneira equilibrada em ativos para crescimento sustentável.
- Passivos circulantes: obrigações a serem pagas no curto prazo. Um aumento significativo nesses passivos sinaliza dependência excessiva de financiamento de curto prazo.
- Patrimônio líquido: os investimentos dos acionistas e os lucros acumulados. Aqui, a análise ajuda a entender se o negócio está gerando valor para os investidores.
Analise o fluxo de caixa projetado
O fluxo de caixa projetado também precisa ser averiguado quando se está avaliando a saúde financeira, especialmente no que diz respeito aos cenários econômicos futuros que a empresa viverá.
Basicamente, ao projetar o fluxo de caixa, os gestores podem ajustar suas estratégias — por exemplo, aumentar a geração de caixa ou reduzir despesas, para garantir a manutenção da solvência.
Essa análise fornece, em última instância, uma previsão dos recebimentos e pagamentos de caixa, o que ajuda a evitar problemas de liquidez. Para realizá-la, deve-se olhar para:
- Atividades operacionais. Projetar o caixa gerado ou utilizado nas operações diárias. Um fluxo de caixa operacional positivo é um bom indicativo da capacidade de sustentação das atividades sem depender de financiamento externo.
- Atividades de investimento. Averiguar as saídas de caixa para investimentos em ativos de longo prazo. Investimentos excessivos sem um retorno claro têm sérias chances de comprometer a liquidez do negócio.
- Atividades de financiamento. Este componente inclui pagamentos de dívidas e entradas de caixa de financiamentos. A projeção aqui ajuda a avaliar se a distribuidora poderá honrar seus compromissos financeiros no futuro.
Analise outros indicadores financeiros
Além das demonstrações financeiras, é importante calcular e interpretar indicadores que dão uma visão mais detalhada da performance e dos riscos da empresa. Tais como:
- Liquidez corrente: a capacidade de pagar as dívidas de curto prazo com os ativos circulantes. Se ela estiver muito baixa pode indicar problemas de caixa iminentes.
- Endividamento: a proporção de capital de terceiros em relação ao capital próprio. Um alto grau de endividamento pode aumentar o risco financeiro da empresa.
- Margem de lucro: é um excelente indicador da eficiência da empresa em transformar receitas em lucro.
- Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE): mostra a rentabilidade para os acionistas, sendo uma métrica essencial para avaliar a atratividade do negócio.
Avalie riscos e faça projeções futuras
Finalmente, deve-se avaliar a saúde financeira olhando também para os riscos associados às operações e, a partir disso, realizar projeções futuras.
Análises comparativas com concorrentes e com anos anteriores podem ajudar a identificar tendências de crescimento ou declínio. Além disso, realizar projeções financeiras com base em cenários futuros ajuda a antecipar possíveis desafios e oportunidades.
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10 indicadores essenciais para medir a saúde financeira de uma distribuidora
Veja agora quais são os principais indicadores financeiros que os gestores devem monitorar para verificar a saúde financeira da distribuidora.
1. Fluxo de caixa
O fluxo de caixa demonstra o dinheiro que entra e sai, refletindo a capacidade da empresa de distribuição de operar sem precisar recorrer a empréstimos constantes. Por isso, é um dos primeiros indicadores que vêm em mente quando se trata de avaliação de saúde financeira de um negócio.
Basicamente, quando positivo, o fluxo de caixa sinaliza que há mais entradas do que saídas, enquanto um fluxo negativo indica o oposto.
Para um gestor, acompanhar de perto este indicador ajuda a garantir que a empresa tem liquidez suficiente para pagar fornecedores, funcionários e outras despesas operacionais.
Por exemplo, se a distribuidora tiver altos volumes de vendas, mas os clientes demoram para pagar, pode gerar um fluxo de caixa negativo, afetando a capacidade de honrar compromissos.
2. Margem de lucro
Uma margem de lucro de 15% significa que, para cada R$100 vendidos, a distribuidora ganha R$15 após deduzir custos e despesas.
Este indicador mede o quanto de cada real vendido se transforma em lucro. Ele é importante para avaliar a eficiência operacional da empresa.
Também é válido lembrar que existem dois tipos principais:
- a margem bruta, que considera os custos diretos de venda (como o custo das mercadorias vendidas);
- e a margem líquida, que inclui todas as despesas.
3. Endividamento
A taxa de endividamento demonstra o quanto a distribuidora depende de capital de terceiros para financiar suas operações. Ela precisa ser bem acompanhada, pois, do contrário, não é possível garantir que o passivo não ultrapasse a capacidade de pagamento.
Digamos que a distribuidora possui 1 milhão de reais em dívidas e 500 mil em patrimônio. Neste caso, seu índice de endividamento é de 2, o que indica que tem o dobro de dívidas em relação ao capital próprio.
Em resumo, quando a taxa de endividamento está alta, a empresa está sobrecarregada com dívidas e pode ter dificuldades para pagar suas obrigações financeiras. Portanto, está com debilidades em sua saúde financeira.
4. Giro de estoque
Outro indicador indispensável na avaliação da saúde financeira de uma distribuidora é o giro de estoque, que mede a velocidade com que os produtos são vendidos e substituídos em estoque.
Basicamente, um giro de estoque elevado indica que a companhia está vendendo rapidamente seus produtos, o que é um sinal positivo. Já um giro baixo pode sinalizar excesso de estoque, o que imobiliza capital.
Digamos, portanto, que o giro de estoque da distribuidora foi de 5. Isso significa que ela vendeu e repôs o estoque cinco vezes durante o ano.
5. Liquidez corrente
A liquidez corrente avalia a capacidade da distribuidora de pagar suas dívidas de curto prazo com os ativos disponíveis. Quando ela é inferior a 1, há o indicativo de que poderá haver dificuldades no pagamento das obrigações.
Esse indicador é calculado dividindo-se o ativo circulante pelo passivo circulante.
Exemplo: uma liquidez corrente de 1,5 indica que o negócio tem R$1,50 em ativos circulantes para cada R$1,00 em passivos de curto prazo.
6. Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA)
O EBITDA foca na geração de caixa operacional, excluindo os impactos financeiros e fiscais, por isso, proporciona uma visão clara do desempenho da empresa. Por exemplo, se a distribuidora apresenta um EBITDA de R$1 milhão, isso indica que ela gerou R$1 milhão de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Este indicador é especialmente útil para comparar empresas do mesmo setor e para avaliar o potencial de geração de caixa. Por isso, ele não pode ser ignorado quando se averigua a saúde financeira do negócio.
7. Prazo médio de pagamento
O tempo médio que a distribuidora leva para pagar seus fornecedores também ajuda a avaliar sua saúde financeira.
Na prática, se a distribuidora tem um prazo médio de pagamento de 45 dias, significa que, em média, ela leva 45 dias para pagar seus fornecedores.
Um prazo maior pode dar mais flexibilidade financeira, permitindo que se utilize o capital disponível para outras necessidades. No entanto, prazos de pagamento muito longos podem prejudicar o relacionamento com fornecedores.
8. Prazo médio de recebimento
Também o tempo que a distribuidora leva para receber o pagamento de seus clientes é um parâmetro importante em sua saúde financeira.
Digamos que ela oferece prazos de 60 dias para pagamento aos seus clientes: esse é o prazo médio de recebimento que deve-se considerar nas análises.
Quanto maior esse prazo, mais pressão é exercida sobre o fluxo de caixa da empresa, pois o dinheiro demora mais para entrar. E trabalhar para a redução desse prazo é importante, especialmente para melhorar a liquidez.
9. Margem operacional
Também é importante olhar para a margem operacional durante uma avaliação de saúde financeira. Esse indicador mede a eficiência da companhia em gerar lucro com suas atividades principais, excluindo despesas financeiras e impostos.
Quando ele apresenta um valor positivo e crescente ao longo do tempo, costuma demonstrar que há um bom controle dos custos operacionais e também aumento da lucratividade.
Digamos que se observa uma margem operacional de 15%. Neste caso, significa que, para cada R$100 de receita, a distribuidora gera R$15 de lucro antes de juros e impostos.
10. Capital de giro
Por fim, é muito importante olhar também para o capital de giro durante uma avaliação minuciosa da saúde financeira de uma distribuidora.
Este indicador é, basicamente, o montante necessário para a empresa manter suas operações no curto prazo, cobrindo custos com fornecedores, funcionários e outros compromissos.
Se a distribuidora precisa de R$500 mil para cobrir suas obrigações mensais, esse é o valor mínimo de capital de giro que ela deve manter disponível.
Em síntese, um capital de giro insuficiente pode comprometer a operação, mesmo que ela seja lucrativa no longo prazo.
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3 tipos de ferramentas de gestão financeira para distribuidoras
Confira, a seguir, alguns tipos de ferramentas tecnológicas que podem facilitar, entre outras frentes, a avaliação e o monitoramento da saúde financeira da sua distribuidora.
1. Softwares de fluxo de caixa e controle de estoque
São plataformas tecnológicas úteis para acompanhar em tempo real a entrada e saída de caixa, facilitando a tomada de decisões rápidas e informadas sobre liquidez.
Além disso, elas auxiliam no controle de estoque, evitando excessos ou faltas de produtos, o que pode prejudicar o fluxo de caixa.
Basicamente, ao integrar esses sistemas, a distribuidora consegue prever necessidades futuras e ajustar as compras de acordo com as vendas, otimizando o capital de giro.
2. Plataformas de BI (Business Intelligence)
As soluções de BI permitem a análise detalhada de dados financeiros e operacionais, fornecendo insights valiosos para a gestão financeira, entre outras frentes. Elas possibilitam a criação de relatórios customizados, o acompanhamento de indicadores de desempenho e a visualização de tendências de mercado.
No contexto de uma distribuidora, o BI facilita a análise de vendas, margens de lucro, giro de estoque e comportamento de clientes e muito mais. Ele evita julgamentos enviesados, permitindo ajustes ágeis nas operações.
3. Software de gestão especializados em distribuidoras
Quando desenhados sob medida para distribuidoras, os sistemas de gestão integram funções de controle financeiro, estoque, logística e vendas em uma única plataforma. Eles têm entre seus módulos e funcionalidades tudo o que este tipo de negócio precisa para endereçar, controlar e dimensionar resultados de processos.
Essas soluções são projetadas especificamente para atender às necessidades complexas de distribuidoras, automatizando processos como gestão de compras, faturamento, controle de estoque e planejamento financeiro.
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O maxGestão é uma solução desenvolvida para simplificar e otimizar a gestão de distribuidoras. Ele foi criado para dar aos gestores controle total sobre as operações, com foco na melhoria da eficiência, na redução de custos e no aumento da rentabilidade.
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Operacionalmente falando, o sistema é bastante completo. Ele fornece, por exemplo, acompanhamento e controle da equipe de vendas em tempo real, de onde estiver. Tudo com ajuda de Inteligência Artificial, informações analíticas, sintéticas e instantâneas.
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