4 ações que irão te ajudar a controlar a jornada dos motoristas
Para que os produtos do atacado sejam comercializados e distribuídos, o papel da equipe de motoristas é fundamental – sendo esses profissionais uma das principais engrenagens para o funcionamento das operações da empresa. No entanto, para essa engrenagem rodar corretamente, é preciso alguns cuidados, incluindo fazer o controle da jornada dos motoristas.
Além de ser uma prática obrigatória a partir das determinações da Lei do Motorista, ela ajuda na construção de um ambiente laboral mais saudável, de melhores relações entre empresa e profissionais, no desenvolvimento de um trânsito mais seguro, entre outras coisas.
Mas em uma operação tão descentralizada e dinâmica como a dos atacados distribuidores, como fazer controle de jornada de motorista? É sobre isso que trataremos neste artigo. A seguir, confira mais sobre o que diz a Lei do Motorista quanto ao controle da jornada de trabalho dos condutores e dicas para controlar com mais praticidade e confiabilidade essas informações. Acompanhe!
A importância de controlar a jornada dos motoristas
É importante que a jornada dos motoristas seja monitorada para fins de saúde e segurança, evitando situações propícias a acidentes e oferecendo um ambiente de trabalho saudável para os profissionais. Também para garantir a integridade da carga transportada e dos veículos da frota.
Ainda, o controle de jornada de motorista de caminhão torna-se essencial para evitar sanções legais e processos trabalhistas. No caso de desrespeitos à Lei do Motorista, podem ocorrer multas e penalidades envolvendo tanto a empresa quanto o condutor.
Além disso, estabelecer e aplicar medidas claras de controle da jornada ajuda a construir transparência nas relações de trabalho, o que é essencial para manter os profissionais motivados e produtivos.
Empresas cumpridoras dos termos da lei e que demonstram preocupação com a saúde e o bem-estar dos motoristas desenvolvem também um diferencial de atração e retenção para os melhores profissionais.
Jornada dos motoristas e a Lei do Motorista
Motoristas cansados têm tempos de reação mais lentos e sofrem com a redução da atenção, consciência e capacidade de controlar seus veículos. De fato, há pesquisas que sugerem que dirigir cansado pode ser tão perigoso quanto dirigir sob o efeito do álcool. Outro dado importante trazido por um levantamento internacional é que, em todo o mundo, a fadiga contribui para entre 10 e 20% dos acidentes de trânsito.
Esse é apenas um dos lados de um panorama complexo que incentivou, em todo o mundo, iniciativas mais consistentes para o controle da jornada dos motoristas profissionais.
No Brasil, a Lei do Motorista, também conhecida como Lei do Caminhoneiro, é um dos reflexos disso. Embora seja alvo de algumas controvérsias, ela também traz benefícios importantes para a cadeia de logística de entrega, incluindo empresas e motoristas profissionais.
Essa lei já está vigente desde 2015, antecedida pela Lei 12.619/12. A Lei do Motorista (Lei nº 13.103), de 2 de março de 2015, formata uma série de regras para a execução da atividade profissional dos motoristas.
Ela apresentou também alterações de dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), além da Lei nº 12.619/12, abrangendo condutores que fazem tanto o transporte rodoviário de passageiros quanto o transporte rodoviário de cargas – como é o caso dos profissionais contratados pelos atacados distribuidores.
Essa Lei também deixa clara a obrigatoriedade do controle da jornada efetivamente praticada pelos condutores – seja por meio de planilha de controle de jornada de trabalho do motorista, aplicativo de controle de jornada de motorista ou outros recursos manuais ou eletrônicos.
Alguns pontos importantes da Lei do Motorista
Ao longo de seus mais de 20 artigos, a Lei do Motorista traz uma série de prescrições. Entre as que dizem respeito mais diretamente ao controle da jornada dos motoristas, podemos destacar:
● O registro da jornada de trabalho precisa ter anotação fidedigna;
● A jornada dos motoristas não apresenta horário fixo de início, fim e de intervalos – a não ser que isso seja definido no contrato de trabalho;
● A jornada dos motoristas pode ser estendida por até duas horas extras ou por até quatro horas por dia conforme a convenção e/ou acordo coletivo;
● Os intervalos de descanso são de 30 minutos a cada seis horas de trabalho (no caso dos motoristas de carga);
● O tempo de espera (no qual o motorista aguarda para a carga/descarga e para a fiscalização de mercadoria) não faz parte da jornada laboral, mas é indenizado em 30% do salário-hora normal;
● O tempo de repouso do profissional deverá ser de 11 horas entre jornadas; período que pode ser de oito horas contínuas, se às três horas restantes forem usufruídas nas 16 horas seguintes;
● Na jornada dos motoristas, os profissionais não podem dirigir por mais de 5,2 horas ininterruptas;
● No horário de descanso, o motorista não poderá movimentar o caminhão, porém, em horário de espera, para pequenas e pontuais movimentações, isso é possível;
● O período de deslocamento do motorista para pegar o caminhão na empresa não é considerado como jornada de trabalho.
Principais desafios no controle da jornada dos motoristas
Controlar a jornada de funcionários que trabalham em período integral alocados na matriz da empresa já é algo que apresenta seus desafios. E esses se tornam ainda maiores quando se faz o controle de jornada dos motoristas, profissionais que estão constantemente em trânsito e distantes da empresa.
E, ainda mais, quando o controle da jornada dos motoristas é feito de forma manual, dependendo de o próprio motorista fazer as anotações em uma prancheta, assinalando horário de início e fim de jornada.
Como trata-se de um trabalho realizado externamente, esse tipo de controle não é confiável e pode trazer diversos problemas.
Imagine que um motorista, por exemplo, pensando em elevar sua produtividade, anote que fez o descanso, mas estava dirigindo ininterruptamente e cansado. Esse cenário torna acidentes e outros problemas mais propícios.
Ainda, há o costume de muitos funcionários, por comodidade, acabarem fazendo anotações padronizadas (de horários fechados, por exemplo), o que torna impreciso o registro e o controle de sua jornada de trabalho.
Como vimos, com a Lei do Motorista profissional, será necessário acompanhar mais dados. E fazer registros e acompanhamentos de entrega de forma totalmente manual é algo bastante impreciso, demorado e que abre margens para erros e inconsistências.
Confira, a seguir, alguns dos principais desafios enfrentados pelas empresas ao fazerem o controle da jornada dos motoristas.
Cumprimento de Regulamentações
O cumprimento das regulamentações é um dos desafios mais críticos para as empresas de transporte. E isso inclui o cumprimento de horas de serviço, limites de velocidade, requisitos de licenciamento, entre outros.
Ademais, as regulamentações variam de país para país e até mesmo entre estados, o que torna a conformidade uma tarefa complexa.
As penalidades por não cumprir as regulamentações podem ser severas, incluindo multas e a suspensão da operação da frota.
Gerenciamento de Tempo
O gerenciamento eficaz do tempo dos motoristas é essencial para manter a eficiência e a segurança das operações.
Afinal, os motoristas frequentemente enfrentam prazos apertados para entregas e coletas, o que pode levar à pressão para dirigir mais rápido do que o permitido, comprometendo a segurança.
Além disso, a gestão do tempo inclui a programação adequada das pausas e intervalos obrigatórios para descanso, o que é fundamental para evitar a fadiga e os acidentes.
Desvios de Rota e Emergências
Desvios de rota devido a condições de trânsito, mudanças nas ordens de serviço ou emergências imprevistas são desafios comuns para os motoristas e gerentes de frota.
Esses desvios podem atrasar as entregas, afetar o planejamento e aumentar os custos operacionais.
Dessa forma, o controle eficaz da jornada dos motoristas requer a capacidade de adaptar-se a essas situações, reprogramando rotas de entrega e realocando recursos quando necessário.
Tecnologia e Treinamento
A tecnologia desempenha um papel crucial no controle da jornada dos motoristas. Ou seja, sistemas de rastreamento por GPS, telemetria avançada e dispositivos de comunicação são usados para monitorar e gerenciar as operações.
No entanto, a implementação e o uso eficaz dessas tecnologias exigem treinamento adequado dos motoristas e da equipe de gestão.
Afinal, a resistência à tecnologia e a falta de treinamento podem ser obstáculos para a adoção bem-sucedida dessas soluções.
Manutenção e Condições do Veículo
A manutenção adequada dos veículos é vital para garantir a segurança dos motoristas e a confiabilidade da frota. Ou seja, a falta de manutenção adequada pode resultar em quebras e avarias que afetam a programação das viagens e aumentam os custos de reparo.
Além disso, os veículos em mau estado de conservação podem representar riscos à segurança nas estradas.
O controle da jornada dos motoristas envolve o acompanhamento das necessidades de manutenção e a realização de manutenção preventiva de forma consistente.
Dados e Análises
A coleta e análise de dados também desempenham um papel fundamental na gestão eficaz da jornada dos motoristas.
Assim, as empresas precisam reunir informações sobre o desempenho dos motoristas, controle de entregas, consumo de combustível, tempos de parada e outros indicadores-chave de desempenho.
Além disso, a análise desses dados permite identificar áreas de melhoria, tomar decisões informadas e otimizar as operações.
Comunicação e Feedback
Por fim, a comunicação eficaz entre a equipe de gerenciamento e os motoristas é essencial para superar os desafios na jornada dos motoristas. E isso inclui fornecer orientações claras sobre as expectativas de conformidade, programação e segurança.
Além disso, a coleta de feedback dos motoristas sobre as condições de trabalho, as condições das estradas e outros aspectos relevantes é valiosa para aprimorar as operações e promover um ambiente de trabalho saudável.
6 dicas para ajudar no controle da jornada de seus motoristas
Como vimos até aqui, embora seja de grande importância para todas as partes encontrar formas de como fazer controle de jornada de motorista, isso pode ser bastante desafiador, tendo em vista a natureza desse tipo de trabalho realizado de forma descentralizada e distante da gestão do atacado.
No entanto, a boa notícia é que, além das possibilidades de planilha de controle de jornada de trabalho de motorista manual, há outras ações e recursos que ajudam a manter a praticidade e confiabilidade dessa tarefa.
A seguir, veja algumas ideias que podem ajudar no controle de ponto de motorista externo.
Tenha foco em ações educativas
A base para mudanças pessoais e profissionais é a educação. É muito mais fácil e tranquilo para o motorista adotar novos hábitos no trabalho quando ele compreende os motivos e benefícios disso para sua rotina.
Além disso, se ele não está inteirado ou não compreende os procedimentos, será mesmo difícil de adotá-los, certo?
Por isso, busque desenvolver ações consistentes de educação, sensibilização e motivação da equipe em relação ao processo de controle de jornada e aos comportamentos em conformidade com a Lei do Motorista.
Além de comunicados, ações de endomarketing, reuniões e treinamentos práticos são importantes para isso. É válido também fornecer aos motoristas um manual que estabeleça de modo claro e objetivo quais são as políticas da empresa envolvendo o trabalho de seus condutores.
Avalie o uso do tacógrafo – mas como apoio
O tacógrafo já foi alvo de muita polêmica. Quando o assunto é como fazer controle de jornada de motorista, é importante destacar que, conforme o entendimento da Lei e do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o tacógrafo não pode ser utilizado como método exclusivo para controle da jornada de trabalho dos profissionais que exercem atividades externas.
Assim, é possível associá-lo a outros métodos mais confiáveis, utilizando-o como uma ferramenta auxiliar, que oferece uma alternativa de checagem se as marcações de horários de trabalho e de descanso estão corretas.
Gestão de Tempo e Pausas
Para melhorar o controle da jornada dos motoristas, é essencial implementar uma gestão de tempo rigorosa.
Sendo assim, certifique-se de que os motoristas cumpram as pausas e intervalos obrigatórios, evitando a fadiga.
Ademais, estabeleça um plano de rota realista que leve em consideração o tempo de viagem e as pausas necessárias para garantir a segurança e o cumprimento das regulamentações.
Relatórios e Análises
A geração de relatórios e análises também é fundamental para o controle da jornada dos motoristas.
Então, utilize sistemas de telemetria e rastreamento para coletar dados precisos sobre o desempenho, tempos de viagem e conformidade regulatória.
Analise essas informações regularmente para identificar tendências, tomar decisões informadas e aprimorar a eficiência das operações de transporte.
Estude o uso de ferramentas de rastreamento para complementar o controle
Outro recurso que pode contribuir para um melhor controle de jornada dos motoristas são as ferramentas de rastreamento veicular.
Além de ajudarem a garantir o cumprimento de outras leis, de elevar o controle da carga e de fornecerem informações para uma gestão com base em dados (data-based), como elas registram e tornam disponível o acesso à localização exata e em tempo real dos veículos (e, com isso, dos motoristas), tempos de parada e outras informações, é possível cruzar tudo isso para seu atacado ter um controle da jornada dos motoristas ainda mais completo e confiável.
Utilize a tecnologia como aliada
Embora, com a Lei do Motorista, a papeleta, fichas, diários de bordo e planilha de controle de jornada de trabalho do motorista impressa ainda permaneçam como alternativa válida, como vimos, não é uma opção confiável.
Assim, em um processo judicial, por exemplo, poderá dificultar a defesa da empresa se não a considerar como um método confiável de controle de jornada dos motoristas. Afinal, esses são instrumentos facilmente adulteráveis e imprecisos, o que não é desejável nem pelos profissionais nem pela empresa.
Além disso, o controle manual acaba sendo apenas uma burocracia que precisa de gerenciamento e execução. Diferentemente do que ocorre com soluções tecnológicas que, além de eliminarem boa parte da burocracia e de tarefas morosas, ainda centraliza e consolida os dados de forma a gerar inteligência para a empresa. E isso agrega um grande valor para tornar sua operação mais eficiente de modo global.
E em seu atacado, como a Lei do Motorista está sendo trabalhada? Ficou interessado em tecnologias para ajudar no controle da jornada dos motoristas? Deixe sua mensagem nos comentários.
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