A realidade da Internet das Coisas na cadeia de abastecimento
Em vez de ler, que tal ouvir esse artigo?
A Internet das Coisas (ou IoT, do inglês Internet of Things) tem se tornado cada vez mais presente nas empresas, seja em discussões estratégicas ou em implementações práticas.
Embora essa tecnologia já faça parte do cotidiano das pessoas — muitas vezes de forma despercebida, como em assistentes virtuais, eletrodomésticos conectados ou sistemas de iluminação inteligentes —, o setor corporativo tem explorado suas aplicações para otimizar processos e aumentar a eficiência operacional.
De fato, a IoT não é mais uma tendência distante, mas sim uma realidade que está transformando indústrias e serviços em todo o mundo.
No Brasil, apesar de os avanços tecnológicos acontecerem em um ritmo mais lento em comparação com países como os Estados Unidos, os investimentos em Internet das Coisas estão ganhando força.
Exemplo disso é o Plano Nacional de Internet das Coisas, revisado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), além de iniciativas privadas, como o primeiro supermercado 100% automatizado no Espírito Santo, que opera sem funcionários.
Neste artigo, vamos explicar como a IoT pode transformar o setor de atacado e distribuição, trazendo insights valiosos sobre como essa tecnologia pode otimizar operações logísticas, melhorar a gestão de estoques e aumentar a satisfação dos clientes. Confira!
O que é a Internet das Coisas e como ela se aplica à logística?
A Internet das Coisas, ou IoT, refere-se à interconexão de dispositivos que trocam dados e se comunicam sem a necessidade de intervenção humana.
Esses dispositivos vão desde sensores instalados em caminhões até sistemas complexos de rastreamento de mercadorias. Na logística, a IoT desempenha um papel fundamental ao melhorar processos como transporte, rastreamento de mercadorias e gestão de inventário.
Imagine um sistema em que os caminhões são monitorados em tempo real, com sensores que informam a localização exata da carga, as condições de transporte (como temperatura e umidade), além de preverem possíveis atrasos.
Esse nível de automação permite que as empresas ajustem rotas e façam manutenções preventivas, evitando contratempo e perdas. No gerenciamento de inventário, a Internet das Coisas ajuda a manter um controle preciso dos estoques, garantindo que as mercadorias certas estejam sempre disponíveis no momento certo, evitando rupturas ou excessos.
Entendendo os desafios da cadeia de abastecimento brasileira
A cadeia de abastecimento no Brasil enfrenta uma série de desafios estruturais e operacionais que comprometem sua eficiência, elevam os custos e, muitas vezes, impactam negativamente a competitividade das empresas.
A seguir, acompanhe os principais problemas enfrentados pelo setor logístico no país.
Infraestrutura deficiente
Um dos maiores entraves logísticos no Brasil é a infraestrutura inadequada. O país conta com uma malha rodoviária extensa, porém mal conservada, com estradas esburacadas e trechos sem pavimentação que dificultam o transporte rápido e seguro de mercadorias.
Além disso, há uma falta de integração eficiente entre os diferentes modais de transporte, como rodovias, ferrovias, hidrovias e portos. Essa desarticulação gera gargalos em pontos estratégicos, especialmente nos portos, que são essenciais para o escoamento da produção nacional e a exportação.
Os gargalos logísticos resultam em atrasos frequentes e no aumento dos custos de transporte, impactando diretamente a competitividade das empresas, especialmente as que dependem de uma distribuição ágil, como no setor de atacado e distribuição.
Por fim, a dependência excessiva do transporte rodoviário em um país de dimensões continentais contribui para agravar ainda mais esses problemas, uma vez que estradas em mau estado tornam o transporte mais lento e caro.
Altos custos operacionais
Outro desafio significativo é o alto custo operacional enfrentado pelas empresas no Brasil. Esse fator é influenciado por diversos elementos, como o preço elevado dos combustíveis, que oscila constantemente e impacta diretamente o transporte rodoviário, o modal mais utilizado no país.
Além disso, pedágios caros ao longo das rodovias e a manutenção constante de frotas, devido ao desgaste gerado pelas estradas ruins, aumentam consideravelmente os gastos das empresas.
Esses custos acabam sendo repassados ao consumidor final, afetando a competitividade das empresas brasileiras tanto no mercado interno quanto no externo. Para se manterem operacionais, muitas empresas precisam adotar medidas de redução de custos, o que pode prejudicar a qualidade do serviço prestado e a eficiência da cadeia de suprimentos.
Questões de segurança
A segurança no transporte de mercadorias é outro ponto crítico na logística brasileira. O Brasil ocupa uma posição de destaque mundial nos índices de roubo de cargas, um problema que gera perdas financeiras significativas e aumenta a insegurança nas operações logísticas.
O roubo de mercadorias em trânsito, principalmente em estradas mal monitoradas, força as empresas a investirem cada vez mais em soluções de monitoramento e tecnologia de rastreamento, o que encarece ainda mais a operação.
Além disso, as empresas têm que lidar com o custo de seguro de carga, que tende a ser elevado devido ao risco constante de roubos, especialmente em determinadas regiões do país.
Esses desafios de segurança aumentam os custos e geram atrasos e ineficiências na cadeia de abastecimento, prejudicando o cumprimento dos prazos de entrega e a satisfação do cliente final.
Impactos desses desafios na cadeia de abastecimento
Todos esses problemas – infraestrutura deficiente, altos custos operacionais e insegurança – criam um ambiente logístico pouco favorável à eficiência e à competitividade. Ou seja, as empresas precisam gastar mais tempo e recursos para assegurar que suas mercadorias cheguem ao destino final em boas condições e no tempo certo.
Como consequência, o setor logístico no Brasil sofre com ineficiências crônicas, que afetam diretamente o crescimento econômico e o desenvolvimento do comércio, tanto no mercado interno quanto nas exportações.
Portanto, superar esses desafios é importante para que o Brasil possa modernizar sua cadeia de abastecimento, especialmente diante da concorrência internacional. A adoção de tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas, tem o potencial de mitigar muitos desses problemas e tornar o setor logístico mais ágil, seguro e eficiente.
Como a IoT pode solucionar esses desafios?
A Internet das Coisas se apresenta como uma solução poderosa para enfrentar os desafios logísticos da cadeia de abastecimento no Brasil. Ao integrar dispositivos conectados e automatizar processos, a IoT proporciona visibilidade em tempo real de toda a operação, desde o transporte até o gerenciamento de estoque.
Dessa forma, os gestores conseguem tomar decisões rápidas e baseadas em dados, o que otimiza os processos, reduz custos e melhora a segurança. Entenda como essa tecnologia pode solucionar os principais problemas enfrentados pelo setor.
Visibilidade em tempo real e otimização de rotas
A Internet das Coisas permite que sensores instalados em caminhões e veículos de transporte monitorem rotas em tempo real, oferecendo uma visão clara sobre o trânsito, congestionamentos e condições das estradas.
Com essa informação, os sistemas podem calcular as melhores alternativas, ajustando rotas de forma automática para evitar atrasos. Isso não reduz o tempo de transporte e economiza combustível, diminuindo os custos operacionais.
Manutenção preventiva e prolongamento da vida útil dos veículos
A comunicação constante entre dispositivos Internet das Coisas permite que manutenções preventivas sejam realizadas com maior precisão e eficiência.
Sensores conectados monitoram o desempenho dos veículos e identificam possíveis problemas, como desgaste de peças ou falhas mecânicas, antes que se tornem graves.
Com esses alertas antecipados, as empresas podem agendar manutenções preventivas, evitando paradas não planejadas e aumentando a vida útil dos veículos.
Melhoria na segurança do transporte
A IoT também desempenha um papel fundamental na segurança das operações logísticas. O rastreamento em tempo real de cargas e veículos permite que as empresas acompanhem cada movimento das mercadorias ao longo da cadeia de abastecimento.
Em caso de desvios de rota, paradas não autorizadas ou tentativas de roubo, o sistema Internet das Coisas emite alertas automáticos, possibilitando uma resposta rápida para prevenir ou mitigar incidentes.
Além disso, o uso de câmeras e sensores de segurança conectados aumenta a visibilidade sobre o que está acontecendo em tempo real, inibindo roubos e furtos e facilitando a recuperação de cargas roubadas, caso ocorram.
Otimização de inventário e armazenamento
Outro aspecto importante da IoT na logística é a gestão inteligente de inventário. Sensores em armazéns e centros de distribuição monitoram o estoque em tempo real, registrando automaticamente entradas e saídas de mercadorias.
Isso permite um controle muito mais preciso dos níveis de estoque, evitando tanto a falta quanto o excesso de produtos.
Tomada de decisões baseada em dados
Com a coleta contínua de dados em tempo real, a Internet das Coisas permite que os gestores tenham uma visão completa e detalhada de todos os aspectos da cadeia de abastecimento. Isso facilita a tomada de decisões rápidas e informadas.
As empresas podem, por exemplo, reagir imediatamente a variações nas condições de transporte ou a flutuações na demanda, ajustando suas operações de acordo com as informações mais recentes.
6 benefícios de usar a IoT no setor de atacado e distribuição
A aplicação da Internet das Coisas no setor de atacado e distribuição oferece diversas vantagens, otimizando operações, melhorando a eficiência e aumentando a competitividade das empresas. A seguir, detalhamos os principais benefícios que essa tecnologia traz ao setor.
1. Aumento da eficiência operacional
A automação de processos por meio de dispositivos conectados permite que várias etapas do fluxo de trabalho sejam otimizadas.
Com sensores e sistemas automatizados, as operações se tornam mais ágeis, diminuindo o tempo de resposta e eliminando a necessidade de intervenção humana em tarefas repetitivas.
Isso não aumenta a velocidade de execução das atividades e reduz erros. Com a IoT, as empresas conseguem gerenciar grandes volumes de mercadorias com maior precisão e em menos tempo.
2. Redução de perdas
A redução de perdas é um dos benefícios mais evidentes da Internet das Coisas no setor de atacado e distribuição, especialmente quando lidamos com produtos sensíveis, como alimentos e medicamentos.
Sensores instalados em depósitos e veículos podem monitorar fatores críticos, como temperatura, umidade e condições de transporte, garantindo que os produtos mantenham sua integridade durante todo o processo.
3. Melhoria na previsibilidade de demanda
A IoT também oferece melhoria significativa na previsibilidade de demanda. Com o controle em tempo real do inventário e o uso de dados históricos, é possível prever com mais precisão as flutuações na demanda.
A análise de dados em tempo real possibilita que as empresas ajustem rapidamente seus níveis de estoque de acordo com as tendências de consumo, otimizando o reabastecimento e garantindo que as mercadorias certas estejam disponíveis no momento certo.
4. Tomada de decisões rápidas e precisas
A Internet das Coisas proporciona dados em tempo real sobre todas as etapas da cadeia de abastecimento, desde o armazenamento até o transporte.
Com esses dados, os gestores têm uma visão clara do desempenho operacional e podem tomar decisões estratégicas de forma mais ágil e embasada. Por exemplo, se um atraso for detectado em uma rota de entrega, os sistemas automatizados podem sugerir rotas alternativas imediatamente.
5. Impacto nas vendas
A melhoria da gestão de estoque por meio da IoT tem um impacto direto nas vendas. Ao saber exatamente quais produtos estão disponíveis em tempo real, as empresas podem fornecer informações precisas para seus times de vendas e atendimento ao cliente, evitando promessas de vendas não cumpridas ou falhas no reabastecimento.
Isso aumenta a satisfação do cliente, além de possibilitar uma maior agilidade no fechamento de negócios. A Internet das Coisas facilita a comunicação direta entre vendas e estoque, permitindo que os vendedores tomem decisões informadas e maximizem as oportunidades de venda.
6. Satisfação dos clientes
Com processos mais rápidos, entregas precisas e controle de qualidade aprimorado, a satisfação dos clientes tende a aumentar significativamente. A IoT permite que as empresas atendam às expectativas dos clientes com mais eficiência, oferecendo um serviço mais ágil e transparente.
Clientes satisfeitos são mais propensos a permanecerem fiéis à marca e a recomendarem os serviços a outros, o que, em última instância, fortalece o relacionamento entre a empresa e seus consumidores.
Como será o futuro da IoT na cadeia de abastecimento?
O futuro da Internet das Coisas na logística promete ser ainda mais transformador, especialmente com a integração de tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA) e big data. A combinação dessas tecnologias permitirá que as empresas tenham uma visão mais ampla e detalhada de toda a cadeia de abastecimento, desde a fabricação até a entrega final.
Com a IA, por exemplo, será possível prever ainda mais precisamente as demandas, otimizando estoques e reduzindo perdas. Já o big data trará insights valiosos ao analisar grandes volumes de dados em tempo real, sugerindo melhorias contínuas nos processos logísticos.
No longo prazo, essa combinação de IoT, IA e big data poderá criar um ecossistema totalmente automatizado e autossustentável, no qual as operações logísticas serão realizadas com mínima intervenção humana e máxima eficiência.
A Internet das Coisas está mudando a forma como o setor logístico opera, trazendo benefícios claros para empresas que investem nessa tecnologia. Ao solucionar desafios estruturais e aumentar a eficiência operacional, a Internet das Coisas oferece um futuro promissor para a cadeia de abastecimento no Brasil.
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