Como calcular a eficiência da sua logística?
O diagnóstico logístico é o primeiro passo para identificar qual é a real situação da sua logística e compreender o nível de maturidade da sua operação.
A partir dele, você passa a entender as reais necessidades da sua logística, construindo objetivos estratégicos e definindo metas consistentes.
Apesar de ainda ser visto como um centro de custos, o setor logístico tem um papel decisivo no sucesso (ou fracasso) do negócio. Os custos logísticos no Brasil representam cerca de 18,4% do PIB, segundo dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).
Isso demonstra o peso que o setor exerce no faturamento das empresas. Sem controle, esses custos corroem a margem de lucro. Porém, com um bom diagnóstico logístico, é possível identificar gargalos, melhorar processos e evoluir o nível de maturidade logística da operação.
Confira como esse diagnóstico influencia diretamente na eficiência logística, quais são as etapas que ele deve abranger e como a tecnologia potencializa esse processo.
O que é a eficiência logística?
Eficiência logística é a capacidade de entregar produtos no prazo, com qualidade, menor custo e alto nível de serviço. Em outras palavras, ela garante agilidade nos processos e melhora a experiência do cliente em todas as etapas da cadeia de suprimentos.
Além disso, empresas com logística eficiente respondem rápido ao mercado, reduzem erros e se destacam da concorrência. Essa eficiência está diretamente ligada ao grau de maturidade logística da operação, ou seja, ao estágio atual dos processos internos.
Quando isso não ocorre, e a operação ainda é imatura, surgem problemas como desorganização, atrasos, retrabalho e aumento dos custos logísticos. Consequentemente, esses gargalos impactam diretamente no caixa da empresa e na percepção do cliente sobre a marca.
Por outro lado, uma operação madura é integrada, orientada por dados e tem processos otimizados e previsíveis. Com isso, ela passa a contar com planejamento, visibilidade e tecnologia para controlar custos e elevar o desempenho.
Nesse contexto, o diagnóstico logístico é essencial para identificar em qual estágio a operação se encontra. A partir desse mapeamento, é possível traçar ações específicas e personalizadas para evoluir a logística da empresa.
Além disso, o diagnóstico logístico permite estabelecer metas realistas e estratégias direcionadas à melhoria contínua. Portanto, a eficiência logística não é apenas um objetivo, ela é um diferencial competitivo de alto valor.
Quais etapas passam pela eficiência logística?
A eficiência logística é construída por meio de várias etapas que se conectam e se influenciam diretamente. Para alcançar resultados consistentes, é fundamental compreender quais áreas impactam o desempenho e como aprimorá-las a partir de um diagnóstico logístico bem estruturado.
Veja abaixo, por exemplo, as etapas mais críticas:
1. Armazém/Centro de Distribuição
O armazém representa o núcleo da operação logística. Por isso, para que ele funcione com alto desempenho, é necessário garantir precisão nos processos, agilidade nas movimentações e controle rigoroso dos estoques.
Caso contrário, separações feitas de forma incorreta causam atrasos nas entregas, aumentam devoluções e comprometem a satisfação do cliente.
Além disso, um estoque desatualizado não apenas compromete o atendimento de pedidos, mas também imobiliza capital e dificulta a previsão de compras, além de potencializar casos de ruptura.
Da mesma forma, o uso inadequado do espaço físico torna a movimentação mais lenta, elevando o tempo de operação e reduzindo a produtividade da equipe.
Por outro lado, uma estrutura bem organizada no centro de distribuição reduz erros operacionais, melhora o tempo de separação de pedidos (picking) e diminui significativamente os custos logísticos.
Adicionalmente, a padronização dos processos, aliada à tecnologia, assegura mais controle e fluidez no recebimento, armazenagem e expedição dos produtos.
Portanto, a eficiência logística começa dentro do armazém e só se torna possível com processos bem definidos, ferramentas adequadas e acompanhamento constante por meio de indicadores.
Por fim, um diagnóstico logístico completo permite identificar essas oportunidades e estabelecer melhorias consistentes para elevar o nível de serviço e a rentabilidade da operação.
2. Planejamento das rotas
O planejamento de rotas impacta diretamente os prazos de entrega e o custo total da operação logística. Quando feito de forma inadequada, rotas mal planejadas aumentam o tempo de entrega, consumo de combustível, e desgaste dos veículos.
Além disso, paradas desnecessárias e deslocamentos longos elevam os custos logísticos e comprometem a produtividade das equipes. Em contrapartida, rotas inteligentes reduzem distâncias, otimizam entregas e evitam retrabalho com devoluções.
Consequentemente, esse planejamento contribui para a pontualidade e melhora a percepção da marca pelo cliente. Empresas que utilizam roteirização digital, por exemplo, ganham agilidade e reduzem falhas humanas no processo.
3. Organização do caminhão
Para que as rotas bem planejadas tragam resultados consistentes, é essencial garantir a organização certa da carga no caminhão. Esse processo deve ser estratégico, considerando fatores como peso, fragilidade dos produtos, e sequência de entregas.
Caso contrário, uma má distribuição compromete a integridade dos itens, provoca atrasos e amplia os custos logísticos desnecessariamente.
Quando a carga está mal distribuída, o veículo consome mais combustível, sofre maior desgaste mecânico e precisa de mais manutenções. Além disso, podem ocorrer devoluções e retrabalho, prejudicando o cumprimento de prazos e a experiência do cliente.
Por outro lado, a organização eficiente da carga reduz o número de viagens, melhora o aproveitamento do espaço e diminui o custo por entrega. Ao padronizar esse processo, a empresa fortalece sua eficiência logística e garante maior controle operacional.
Com o apoio de um diagnóstico logístico detalhado, é possível identificar falhas nesse processo e implementar melhorias contínuas, otimizando o carregamento e elevando o desempenho do transporte.
4. Acompanhamento dos processos com transparência e satisfação dos clientes
O cliente quer saber onde está o pedido e quando ele será entregue, sem surpresas ou incertezas. Nesse contexto, a transparência na comunicação gera confiança e melhora significativamente a experiência de compra.
Além disso, monitorar a operação com dados em tempo real facilita ajustes rápidos e evita falhas operacionais. Com o uso de indicadores visuais e alertas automáticos, as empresas conseguem antecipar problemas e agir com agilidade.
Vale destacar que a satisfação do cliente está diretamente ligada à previsibilidade e ao cumprimento do prazo prometido. Por esse motivo, empresas com alto nível de maturidade logística utilizam tecnologia para rastrear e informar cada etapa do processo.
Como resultado, esse acompanhamento constante fortalece o relacionamento com o cliente e aumenta as chances de recompra.
Em última análise, a transparência logística se torna um diferencial competitivo importante, que contribui para reduzir retrabalhos, evitar reclamações e minimizar os custos logísticos desnecessários.
Como avaliar a eficiência logística
Após realizar um diagnóstico logístico, o próximo passo é medir os resultados com indicadores claros e objetivos. Com base nesses dados, é possível entender se a operação está avançando e identificar pontos de atenção com precisão.
Além disso, os Indicadores Chave de Performance (KPIs) logísticos revelam o nível de maturidade logística da empresa e orientam ações focadas na melhoria contínua da operação. Confira a seguir os principais indicadores:
OTIF (On Time, In Full)
Esse indicador mede se as entregas foram realizadas dentro do prazo combinado e com a quantidade correta de produtos. Portanto, ele é essencial para avaliar a qualidade da operação e o cumprimento das promessas feitas ao cliente.
Por outro lado, resultados baixos no OTIF indicam falhas na cadeia de suprimentos, além de gerar impacto direto na satisfação do consumidor.
Custo por entrega
O custo por entrega representa quanto a empresa gasta, em média, para concluir o envio de cada pedido ao cliente.
Quando esse valor está acima do ideal, é um sinal claro de ineficiência em etapas como transporte, separação ou roteirização. Erros recorrentes, retrabalho e rotas mal planejadas, por exemplo, contribuem diretamente para o aumento desse custo.
Consequentemente, esse indicador afeta a lucratividade do negócio. Se não for monitorado com frequência, pode comprometer a saúde financeira da operação e reduzir a competitividade da empresa.
Por isso, a análise precisa desse KPI ajuda a entender onde estão os excessos e o que pode ser otimizado.
Com um diagnóstico logístico bem estruturado, é possível identificar as causas dos custos elevados por entrega e desenvolver estratégias eficazes para reduzi-los.
Giro de estoque
O giro de estoque mede quantas vezes o estoque é renovado em um determinado período. De modo geral, um índice elevado indica boa gestão de inventário, controle de compras alinhado à demanda e alta eficiência operacional.
Por outro lado, um giro baixo revela estoques parados, o que significa capital imobilizado, risco de perdas por vencimento ou obsolescência e espaço mal utilizado.
Em especial, em setores com grande rotatividade de produtos, como o varejo, esse problema se torna ainda mais crítico e pode comprometer o fluxo de caixa.
Nesse sentido, manter um bom giro de estoque é essencial para equilibrar as finanças e garantir agilidade no atendimento aos pedidos.
Com o apoio de um diagnóstico logístico, é possível identificar falhas no planejamento de demanda, excesso de compras ou até mesmo a falta de visibilidade sobre o inventário.
Custo do km rodado
O custo do km rodado mede quanto a empresa gasta por quilômetro percorrido durante o transporte. Esse indicador é fundamental, pois ajuda a avaliar se as rotas são eficientes, se os veículos estão dimensionados corretamente e se os contratos com transportadoras são vantajosos.
Além disso, ele permite verificar se há excesso de deslocamento ou má distribuição de cargas, que impactam diretamente os custos logísticos.
Ao reduzir esse custo, a empresa consegue baixar o custo total da operação e, ao mesmo tempo, aumentar a rentabilidade do negócio.
O impacto da tecnologia na operação logística
A tecnologia transformou completamente a maneira como as empresas estruturam suas cadeias de suprimentos. Na prática, na área logística, ela deixou de ser um diferencial competitivo para se tornar um pilar essencial da eficiência logística.
Com a digitalização dos processos, é possível aumentar a produtividade, reduzir desperdícios e garantir mais agilidade na tomada de decisões.
Além disso, cada ferramenta tecnológica adotada contribui para elevar o grau de maturidade logística, tornando a operação mais estruturada, previsível e orientada por dados.
Adicionalmente, a automação reduz os custos logísticos, melhora o controle de estoque e aprimora o nível de serviço ao cliente.
Soluções como ERPs integrados, Sistemas de Gerenciamento de Armazém (WMS ou Warehouse Management System), Sistemas de Gerenciamento de Frota (TMS ou Transportation Management System), roteirizadores automáticos e torres de controle operacionais permitem que a logística funcione de forma sincronizada, segura e estratégica.
Nesse contexto, a automação de tarefas repetitivas elimina falhas manuais, reduz retrabalhos e permite que as equipes se concentrem em decisões de maior valor estratégico. Isso representa, de forma direta, um avanço significativo na produtividade e na qualidade da entrega.
Por outro lado, a coleta e análise de dados em tempo real oferece visibilidade total sobre a operação. Com isso, os gestores podem agir com base em informações concretas, antecipar problemas e identificar oportunidades de melhoria contínua.
Por fim, um diagnóstico logístico que utiliza tecnologia permite um olhar mais preciso sobre toda a cadeia, tornando a operação mais ágil, escalável e preparada para os desafios do mercado atual.
Conheça os principais impactos da tecnologia na logística:
Maior visibilidade da operação
A tecnologia proporciona total visibilidade da cadeia logística, desde o pedido até a entrega final, em tempo real. Como resultado, os gestores conseguem identificar rapidamente falhas, atrasos e desvios nos processos.
Com dados acessíveis e atualizados, a equipe tem maior agilidade para tomar decisões imediatas, garantindo fluidez e continuidade nas operações.
Redução de erros humanos
A automação e a integração entre sistemas são grandes aliadas na redução de falhas operacionais. Com essas tecnologias, atividades manuais como digitação de pedidos, conferência de documentos e preenchimento de planilhas deixam de ser necessárias.
Isso resulta em uma drástica diminuição de erros, perdas de informações e retrabalhos, fatores que impactam diretamente a performance da operação.
Adicionalmente, a padronização dos processos torna o ambiente mais previsível, o que simplifica o treinamento de novos colaboradores e melhora a produtividade das equipes.
Outro ponto importante é que, com os dados registrados e acessados de forma automatizada e rastreável, a segurança das informações também aumenta.
Quando essas soluções são aplicadas com base em um diagnóstico logístico bem conduzido, elas proporcionam mais confiança nas operações, aumentam a eficiência logística e reduzem os custos logísticos associados a falhas humanas.
Tomada de decisão orientada por dados
Transformar dados em decisões estratégicas é um dos maiores benefícios da tecnologia na logística. Dashboards interativos, relatórios personalizados e análises preditivas entregam aos gestores uma visão clara e atualizada da operação.
Com essas informações em mãos, é possível prever demandas, ajustar estoques, melhorar o uso da frota e evitar gargalos antes que eles causem impactos significativos. A operação deixa de ser reativa e passa a ser proativa, mais alinhada com os objetivos do negócio.
Ao realizar um diagnóstico logístico com base em dados concretos, a empresa toma decisões mais rápidas, precisas e assertivas, elevando seu nível de maturidade logística.
Controle mais eficiente dos custos logísticos
A tecnologia também desempenha papel central na gestão financeira da logística. Com o uso de softwares especializados, é possível monitorar detalhadamente os custos da operação, como despesas com transporte, armazenagem, devoluções e insumos.
Além disso, esses sistemas permitem análises comparativas por rota, região, cliente ou tipo de entrega, revelando onde estão os maiores gastos e os pontos de desperdício.
Com essa visibilidade ampliada, torna-se viável renegociar contratos, replanejar operações e eliminar excessos com base em dados confiáveis e atualizados.
Esse controle mais apurado dos custos logísticos, aliado a um diagnóstico logístico bem executado, contribui diretamente para o aumento da rentabilidade e da sustentabilidade do negócio.
Rastreabilidade ponta a ponta
Com sistemas de rastreamento integrados, é possível acompanhar a jornada do produto em cada etapa do processo logístico.
Como resultado, o cliente final recebe atualizações automáticas e confiáveis, o que aumenta sua satisfação e reforça a confiança na marca.
Internamente, a empresa ganha em controle, reduz extravios e tem mais facilidade para resolver imprevistos. Nesse cenário, a rastreabilidade se torna uma ferramenta poderosa para garantir excelência operacional.
Empresas que investem em inovação, por sua vez, conseguem realizar um diagnóstico logístico muito mais preciso. Com isso, tornam-se capazes de identificar falhas com antecedência, propor melhorias consistentes e aplicar ações corretivas no tempo certo.
A maturidade logística cresce progressivamente à medida que a operação passa a se apoiar em dados confiáveis, conectividade e processos digitais. Consequentemente, a logística se torna mais resiliente, adaptável e competitiva.
Conclusão
Realizar um diagnóstico logístico é o ponto de partida para uma operação mais eficiente, estratégica e rentável. Saber em que estágio a empresa está permite entender suas necessidades, definir metas alcançáveis e reduzir custos logísticos com inteligência.
Ao aplicar esse diagnóstico, acompanhar indicadores-chave, e integrar tecnologia aos processos, sua empresa estará mais próxima da excelência operacional.
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