Rotinas individuais: impactos do home office no varejo e no atacado
Em vez de ler que tal ouvir este artigo?
O home office há muito deixou de ser um luxo e passou a fazer parte das rotinas de empresas dos mais variados segmentos. Especialmente depois da pandemia de COVID-19, quando as organizações precisaram deslocar suas forças de trabalho para atender à necessidade de distanciamento social.
De lá para cá, muitos negócios perceberam as vantagens do trabalho remoto, aproveitando-o ao máximo. Em muitos casos, opta-se por um modelo híbrido: parte da equipe trabalhando de casa, parte in loco, ou alternando as duas modalidades.
Neste momento, estima-se que 16% das empresas ao redor do mundo atuem de maneira 100% remota. E mais: 85% dos gestores acreditam que ter equipes torna suas companhias mais competitivas, segundo levantamento da Demanda Sage.
Agora, como essa nova realidade impacta os mercados varejistas e atacadistas? De que maneira os novos hábitos gerados a partir do teletrabalho influenciam nos resultados desses segmentos?
Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste artigo. Continue lendo para ver:
- como o home office modificou o estilo de vida das pessoas;
- como varejistas e atacadistas devem lidar com essa transformação;
- e muito mais!
Como o home office mudou os hábitos de consumo das pessoas?
Um estudo recente da PwC revelou que 63% dos consumidores em todo o mundo se identificam com um modelo de trabalho híbrido. Ou seja, eles alternam entre as idas à empresa e o home office.
Essa mesma consultoria mostra que os varejistas estão preocupados com os novos comportamentos desses consumidores que agora estão vivendo uma “nova divisão social do trabalho”. Em uma outra pesquisa, ela detectou que 82% das pessoas estão dispostas a compartilhar seus dados pessoais em troca de uma melhor experiência de compra.
Ao mesmo tempo, destaca a PwC, a fidelidade do cliente está mais volátil, menos rígida. “Mais da metade dos entrevistados disse que é menos provável que seja leal a uma marca se a experiência de compra on-line não for tão fácil ou agradável quanto comprar pessoalmente.”, destacam os pesquisadores.
Novos hábitos a partir do home office
Um dos principais impactos do home office nos setores varejista e atacadista é a mudança nos hábitos de consumo das pessoas.
Quando se trabalha em casa, é comum que as pessoas passem mais tempo em casa e menos tempo em centros comerciais, o que reduz o contato com esses setores. Além disso, muitos indivíduos que trabalham remotamente também passam mais tempo na internet, o que pode influenciar suas escolhas de compra.
Compras online
Segundo uma pesquisa da plataforma de marketing de influência Traackr, a pandemia de COVID-19 acelerou a adoção do comércio eletrônico em todo o mundo. O estudo mostra que 48% dos consumidores aumentaram suas compras online durante a pandemia, enquanto 33% afirmam que a pandemia mudou permanentemente a forma como eles fazem compras.
Esse aumento no comércio eletrônico tem impactos diretos nos setores varejista e atacadista. Com menos pessoas indo a lojas físicas, é necessário que as empresas desses setores se adaptem para atender às demandas dos consumidores que preferem comprar online.
Diferenças geracionais
Dentro desse movimento, é preciso olhar para as variações geracionais. “A geração Z (de 18 a 25 anos) e a geração do milênio (26 a 41) geralmente são mais móveis do que a geração X (42 a 57) e os baby boomers (58 anos ou mais), mas também são mais abertos à personalização e vantagens que podem criar lealdade”, adverte a PwC.
Ou seja, conforme o tipo de produto ou serviço ofertado pelos atacadistas e varejistas, é preciso direcionar esforços de Marketing e Vendas para as diferentes gerações.
No vídeo a seguir, confira uma reflexão rápida sobre a disciplina no trabalho remoto:
Experiência e percepção de valor
De uma maneira geral, cerca de 30% dos entrevistados pela PwC disseram que decidem suas compras pelos benefícios, recompensas e privilégios (descontos, abatimentos e acesso ou ofertas especiais) que obtêm de uma empresa.
Outro ponto de atenção é a experiência do consumidor. No estudo da PwC, mais da metade (55%) das pessoas disseram que parariam de comprar de uma marca de que gostassem após várias experiências ruins, e 8% disseram que parariam após apenas uma experiência ruim.
O que o consumidor que trabalha em home office procura?
Contudo o que vimos até aqui, é impossível negar que, com o home office se solidificando, surgiu também um novo perfil de consumidor: aquele que trabalha em casa busca facilidade, praticidade e conveniência em suas compras.
Praticidade
Um dos principais valores que o consumidor que trabalha em home office procura é a praticidade. Com o tempo limitado e dividido entre trabalho, família e lazer, essas pessoas valorizam opções que facilitem sua rotina. Por isso, serviços que ofereçam entrega rápida e agilidade no processo de compra são muito bem-vindos.
Acesso a qualquer hora
Além disso, a possibilidade de acesso 24 horas por dia, 7 dias por semana também é uma grande vantagem.
Com a rotina de trabalho flexível, muitos desses consumidores realizam suas compras em horários fora do convencional, como de madrugada ou durante a pausa para o almoço.
Experiências verdadeiramente positivas
Outro ponto que chama a atenção desse consumidor é a experiência do cliente.
Com tantas opções disponíveis no mercado, a qualidade do atendimento e a forma como a empresa se relaciona com o cliente podem fazer toda a diferença na hora da decisão de compra.
Por isso, empresas que investem em um bom atendimento, soluções de problemas e suporte técnico têm vantagem em relação às concorrentes. A satisfação do cliente é essencial para fidelizá-lo e manter um bom relacionamento a longo prazo.
Compras mediadas pela tecnologia
Com o uso cada vez mais frequente da tecnologia, a praticidade de comprar sem sair de casa se tornou um hábito comum.
Com isso, empresas que possuem uma presença forte no ambiente digital e oferecem uma boa experiência de compra online têm vantagem em relação às que não investem nessa área.
→ Leia também: 7 tendências tecnológicas para o atacado distribuidor.
Qual o impacto do modelo home office para os setores do varejo e do atacado?
Não há como negar que o trabalho remoto, com mais tempo de acesso à web e menos contato com lojas físicas mudou drasticamente a relação dos consumidores com varejistas e atacadistas. Os hábitos de consumo foram alterados, bem como os níveis de exigência aumentaram, fazendo com que os empresários desses segmentos tenham que buscar se adaptar.
No detalhe, quais são esses impactos? Confira, a seguir!
Agilidade na entrega
Com a mudança dos hábitos de consumo, os varejistas e atacadistas precisam ser ágeis na entrega de seus produtos. Com o aumento das compras online, a entrega rápida se tornou um fator importante na decisão de compra dos clientes.
Por isso, é importante que esses negócios criem meios de entregar com rapidez e eficiência. Isso pode ser feito, por exemplo, através de parcerias com empresas de logística ou com a criação de seus próprios sistemas de entrega.
→ Leia também: Como trabalhar com pré-vendas no seu atacado distribuidor.
Atendimento full time
Outro fator importante na relação dos clientes com os varejistas e atacadistas é o atendimento.
Com a possibilidade de compras a qualquer hora do dia, é importante que esses negócios criem canais de atenção ao cliente que estejam disponíveis 24 horas por dia. Isso pode ser feito através de chatbots, redes sociais, e-mail ou telefone.
É importante que os clientes tenham a possibilidade de entrar em contato com a empresa quando precisarem, independentemente do horário.
Interatividade digital
A interatividade digital também se tornou um fator importante na relação dos clientes com os varejistas e atacadistas.
Os clientes esperam que esses negócios estejam presentes nas redes sociais, ofereçam conteúdo relevante e interajam com eles de forma ativa.
Essa interatividade pode ser feita através de redes sociais, e-mail marketing, chatbots e outros meios digitais. É importante que esses negócios estejam presentes nas plataformas que seus clientes utilizam e que ofereçam conteúdo relevante e interativo.
Reputação da marca
Por fim, a reputação da marca se tornou um fator importante na relação dos clientes com os varejistas e atacadistas.
Com a possibilidade de acesso fácil à informação, os clientes agora podem se informar sobre os movimentos da empresa, amplificar crises de imagem e tomar decisões de compra baseadas na reputação da marca.
Por isso, é importante que esses negócios se preocupem com a reputação corporativa, criando estratégias de comunicação que valorizem a transparência e a ética empresarial.
→ Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre força de vendas e gestão comercial.
Como adequar sua empresa a esse novo perfil consumidor?
A adaptação a essa nova realidade não é uma tarefa fácil, mas investir em tecnologias e ferramentas pode melhorar a experiência do cliente e trazer bons resultados para a empresa.
Uma das primeiras medidas a serem tomadas é criar um ambiente virtual que ofereça facilidade de navegação, produtos de qualidade e informações claras sobre preços, formas de pagamento e entrega.
É importante que a plataforma de vendas seja intuitiva e acessível, com uma interface simples e de fácil entendimento, além de ser compatível com diferentes dispositivos, como smartphones e tablets.
Outra medida importante é investir em tecnologia que permita a personalização da experiência do cliente. Através do uso de algoritmos e inteligência artificial, é possível coletar informações sobre os hábitos de compra dos consumidores, criando assim uma experiência de compra personalizada, que atenda às suas necessidades e preferências.
O uso de chatbots também pode ser uma boa opção para agilizar o atendimento ao cliente, permitindo que dúvidas e solicitações sejam atendidas de forma rápida e eficiente.
Além disso, oferecer diferentes opções de entrega é essencial para garantir a satisfação do cliente. É importante que a empresa ofereça uma variedade de opções de entrega, como entrega em domicílio, retirada em loja e entrega expressa, por exemplo. Isso permite que o cliente escolha a opção mais conveniente para ele, melhorando sua experiência de compra.
Outra forma de se adequar a esse novo perfil de consumidor é oferecer uma variedade de formas de pagamento, incluindo opções digitais. Com o aumento das compras online, os consumidores estão cada vez mais utilizando formas de pagamento digitais, como carteiras digitais e pagamentos via QR Code.
Investir em estratégias de marketing digital também é essencial para adequar a empresa a esse novo perfil de consumidor. É importante estar presente nas redes sociais e em outros canais digitais, criando conteúdos relevantes e atraentes para o público-alvo da empresa. Através do marketing digital, é possível criar uma conexão mais próxima com o consumidor, aumentando a fidelização e fortalecendo a marca.
Por fim, vale a pena investir em programas de fidelidade. Com a grande concorrência no mercado, é importante garantir que os clientes voltem a fazer compras na empresa. Oferecer pontos para compras, descontos especiais e promoções exclusivas pode ser uma boa forma de fidelizar os consumidores e garantir a sua fidelidade.
→ Leia também: Como captar clientes para sua distribuidora através de um programa de fidelidade.
Em resumo
O home office se tornou uma realidade na rotina de muitas empresas, especialmente depois da pandemia de COVID-19.
A partir disso, as organizações começaram a perceber as vantagens do trabalho remoto, optando muitas vezes pelo modelo híbrido, em que parte da equipe trabalha em casa e parte no escritório. Com isso, surgem questões sobre como essa nova realidade impacta os mercados varejistas e atacadistas.
Os hábitos de consumo das pessoas estão mudando, com a adoção do modelo de trabalho híbrido, e os varejistas precisam se adaptar para atender às demandas dos consumidores que preferem comprar online.
Além disso, a fidelidade do cliente está mais volátil, menos rígida, o que exige um esforço maior das empresas para proporcionar uma boa experiência de compra.
Por fim, é preciso olhar para as variações geracionais, uma vez que as gerações mais jovens geralmente são mais abertas à personalização e vantagens que podem criar lealdade.
De uma maneira geral, o consumidor que trabalha em home office busca facilidade, comodidade e praticidade, além de benefícios e privilégios que possam ser oferecidos pela empresa. E às empresas varejistas e atacadistas cabe estar atentas às mudanças de comportamento do consumidor e se adaptar a essas transformações para se manterem competitivas no mercado.
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